
Subtítulo: Desglobalização, tensões com aliados e o confronto com a China redefinem o papel dos EUA
Frase de destaque: “Em vez de pontes, Trump constrói muros – mas será que eles resistirão ao teste do tempo?”
Artigo
Os primeiros meses do segundo mandato de Donald Trump, iniciado em janeiro de 2025, consolidam uma guinada radical na postura dos Estados Unidos no cenário global. Informações de nossas fontes apontam para uma agenda que prioriza a soberania nacional e a autossuficiência econômica, desafiando décadas de globalização.
Tarifas agressivas, como as de 25% sobre aço e alumínio impostas em março de 2025, e a ameaça de taxas de 50% contra o Canadá, previstas para 2 de abril, sinalizam um protecionismo crescente. Essas medidas já impactam o mercado global, com o dólar atingindo R$ 5,85 frente ao real e quedas nas bolsas asiáticas e europeias, conforme reportado pela Reuters.
Na política externa, Trump adota uma diplomacia pragmática, negociando diretamente com líderes como Vladimir Putin para resolver conflitos como o da Ucrânia. Uma ligação marcada para 19 de março pode discutir a divisão de territórios ucranianos, segundo o UOL, enquanto ataques contra os Houthis no Iêmen, em 15 de março, mostram disposição para usar a força em defesa de interesses americanos. Porém, as tensões se estendem aos aliados tradicionais.
Análises recentes sugerem que Trump considera reduzir o compromisso dos EUA com a OTAN, pressionando países europeus a aumentar seus gastos militares. A BBC relata que líderes da União Europeia, como Emmanuel Macron, planejam uma cúpula em abril para discutir a “militarização autônoma” do bloco, temendo um “grande blefe” de Trump – a ameaça de retirada americana que force a Europa a se rearmar.
Outro front é a China. Pesquisas em fontes indicam que Trump planeja intensificar a guerra comercial, com tarifas adicionais de até 60% sobre bens chineses, previstas para o segundo semestre de 2025. O Estadão destaca que essa escalada visa conter o avanço tecnológico de Pequim, especialmente em semicondutores e inteligência artificial, enquanto fortalece a produção interna americana. No entanto, a medida pode agravar a inflação global e prejudicar economias emergentes dependentes do comércio com a China, como o Brasil.
Críticos, como Martin Wolf da Folha de S. Paulo, alertam que essa postura substitui a liderança moral dos EUA por uma lógica de poder bruto, arriscando o isolamento.
Já defensores no espectro centro-direita argumentam que Trump responde a um mundo onde a generosidade americana foi explorada, forçando aliados e adversários a assumirem maior responsabilidade.
Opinião
Trump está redesenhando o tabuleiro global com um pragmatismo* que reflete os valores de eficiência e responsabilidade individual defendidos pelo editorial do “The Grid”. Reduzir a dependência da OTAN e pressionar a China podem fortalecer os EUA no curto prazo, mas o custo de alienar parceiros como a Europa e desestabilizar cadeias globais exige cautela.
Seu blefe pode funcionar, mas apenas se os aliados cederem sem romper laços. A história julgará se ele é um estrategista ou apenas um provocador…
Visitando a História:
A postura de Trump remete à Doutrina Monroe de 1823, quando James Monroe priorizou os interesses americanos no hemisfério ocidental, rejeitando interferências externas. Hoje, ele amplia essa lógica para o mundo todo, buscando proteger os EUA de um sistema global que julga desigual.
Outro paralelo está em “O Príncipe” de Maquiavel, onde o governante eficaz usa o poder e a astúcia para impor ordem – uma lição que Trump aplica, seja ao negociar com Putin, desafiar a OTAN ou blefar com a UE, mas cujo sucesso depende de aliados que nem sempre jogam o mesmo jogo.
Fontes Consultadas
- G1, “Tarifas de 25% sobre aço e alumínio entram em vigor nos EUA; entenda os impactos para o Brasil”, 12 de março de 2025.
- UOL, “Trump sugere a divisão da Ucrânia e desafia a Justiça”, 17 de março de 2025.
- Estadão, “Trump acirra guerra comercial com a China e mira semicondutores”, 16 de março de 2025.
- Reuters, “Trump weighs revoking legal status of Ukrainians as US steps up deportations”, 6 de março de 2025.
- BBC, “Macron pushes EU militarization as Trump threatens NATO pullback”, 14 de março de 2025.
- Folha de S. Paulo, “Como a Europa pode assumir o lugar dos Estados Unidos”, 11 de março de 2025.
* Pragmatismo: corrente de ideias que prega que a validade de uma doutrina é determinada pelo seu bom êxito prático [É esp. aplicado ao movimento filosófico norte-americano baseado em ideias de Charles Sanders Peirce 1839-1914e William James 1842-1910.].
Daniel Rosa (Stuanor)
Sobre o AutorDaniel Rosa é pesquisador em diversos campos do conhecimento, sendo apaixonado por Geopolítica, Inteligência e Cibersegurança. Ele utiliza técnicas de OSINT (Inteligência de Fontes Abertas) para conseguir informações que a mídia tradicional não mostra.
Fundador do projeto GridSource, conecta dados abertos à análises globais.